Neste sentido, parece muito difícil imaginar o que aconteceria se alguém perdesse a sua identidade visual. Isso até meados de 2005.
Os transplantes parciais ou totais de face tem evoluído muito desde 2005, quando a francesa Isabelle Dinoire, 39, teve seu rosto dilacerado pelo seu cão labrador de 6 meses, quando estava desacordada por uma overdose medicamentosa em uma tentativa de suicídio.
Situação inicial e intermediária da paciente |
Alguns meses após o transplante |
Evolução clínica da francesa atacada por seu cão |
Desde então, a técnica para reconstruir o rosto, com substituição de pele, músculos, nervos, ossos, dentes e vasos sanguíneos deixou de ser uma raridade clínica, para tronar-se rotina em hospitais do mundo todo, com equipes especializadas que incluem o cirurgião bucomaxilofacial.
Este tipo de transplante é um procedimento médico bastante complexo, que por muitas vezes exige meses ou anos de preparo pré-operatório para o planejamento de cirurgias que podem levar dias. O período pós-operatório não é diferente, exigindo intensa fisioterapia, preparo psicológico e algumas possíveis reintervenções, por períodos de tempos que podem chegar também a anos.
Entre as causas mais comuns para um transplante parcial ou total de face estão ataques de animais, violência doméstica, tentativas de suicídio com mutilação de face e doenças degenerativas.
Em maio último, na Polônia, médicos anunciaram o primeiro transplante de face de urgência, isto é, para salvar a vida do paciente, sem preparo prévio. O homem de 33 anos teve o rosto ferido por uma máquina de cortar pedras, arrancando-lhe a maior parte do rosto e causando fraturas de mandíbula e de maxila. A cirurgia durou 27 horas, reconstruindo rosto, mandíbula, palato, e os ossos zigomáticos. Embora as imagens sejam fortes, sabe-se que, com o passar das semanas e meses, com a redução do edema e com a melhora clínica dos pacientes, o aspecto funcional e estético vai se aproximando do normal. É inegável o avanço científico nestes casos. O caso completo está descrito aqui.
O planejamento inclui tomografias 3D que são transformados em modelos de estudo em acrílico, que permite a dobragem das placas e parafusos de reconstrução previamente à cirurgia |
Aqui podemos ver os casos de transplante de face mais famosos, desde 2005.
A odontologia brasileira, reconhecida como uma das mais avançadas no mundo, pela primeira vez estará recebendo, durante o COBRAC RJ 2013 o cirurgião bucofacial parisiense Drº Jean-Paul Meningaud, membro de uma das equipes mais experientes em transplantes faciais, que versará sobre os desafios da reconstrução facial. Será um grande prazer prestigiá-lo no congresso, em agosto, no Rio de Janeiro.
Professor Drº Jean-Paul Meningaud |
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