08 fevereiro, 2012

Enxerto ou Transplante?

Muito oportuna a reportagem publicada pelo clicrbs, versando sobre transplantes ósseos impulsionados pela odontologia - o famoso enxerto ósseo.

Mas afinal o que é enxerto?

Enxerto de tecidos biológicos é toda transferência (ou transplante) de órgãos ou tecidos de local diferente (local doador) ao que se deseja trabalhar (local receptor). Ou seja, o enxerto de tecidos biológicos nada mais é do que um transplante, já utilizado há vários anos com sucesso na odontologia, especialmente na área de implantes.

O que é transplante?

Transplante é a transferência de tecido (vivo ou conservado) para outra área, diferente da origem, em um local específico no corpo.

Conclusão

Enxerto e transplante são, basicamente a mesma coisa.

Enxertos ósseos na Odontologia

Esclarecida a nomenclatura, vamos aos tipos de enxertos ósseos: na manipulação para aumento dos tecidos necessários para a instalação de um implante, ou mesmo na intenção de aumentar o volume dos tecidos para a instalação futura de uma prótese, podemos lançar de várias técnicas de enxertia óssea.

A mais usada e com maior previsibilidade é o enxerto autógeno - remove-se osso do próprio doador e instala-se o tecido em uma região que necessite.

Também pode-se lançar mão de enxertos sintéticos ou liofilizados, ou seja, comercialmente manipulados, que podem ser de origem humana ou bovina, totalmente seguros, biocompatíveis e esterilizados, com a vantagem de que podemos adquiri-los no formato e quantidade que se deseja.

Uma outra alternativa recente, são os tecidos de banco de ossos, doados, desidratados e pronto para o uso, que tem seu uso crescente nos últimos anos, com a vantagem de não precisarmos abordar outras regiões do corpo do receptor.

Por último, podemos lançar mão de materiais biológicos auxiliares para melhorar a integração destes enxertos: membranas de colágeno, PRP (plasma sanguineo rico em plaquetas) e BMP (sigla em ingles para proteinas morfogeneticamente modificadas).

Lembrando que a técnica deve ser executada dentro de todos os princípios éticos e de biossegurança. No caso do enxerto de banco de ossos, somente poderá utilizá-lo o cirurgião-dentista especialista em periodontia, implantodontia ou cirurgia, devidamente cadastrado no ministério da saúde para poder adquirir os tecidos doados.

Nos ultimos anos, as técnicas mais usadas contemplam a mescla de vários enxertos diferentes, aproveitando a melhores características de cada um, como no caso mostrado a seguir.

Neste caso, a pouca espessura óssea fez com que retirássemos um bloco ósseo do ramo mandibular e o instalássemos na região por meio de parafusos de titânio, valendo-se de uma "cama" de enxerto sintético particulado, afim de "assentar" melhor o bloco

O enxerto particulado é espalhado ao redor do bloco, assegurando a redução dos bordos cortantes e uma melhor estabilidade

Por fim, complementa-se o refinamento dos bordos cobrindo todo o bloco com o enxerto particulado

Com as suturas instaladas, nota-se o evidente ganho de espessura

6 meses após o primeiro procedimento, instala-se o implante na região. Note que na região mais superior ainda existe uma falta óssea

Complementou-se novamente com enxerto particulado sintético

E cobriu-se tudo com uma membrana de colágeno, assegurando a integração ao osso do paciente de uma maneira mais segura e rápida.

Suturas posicionada após a instalação dos implantes, usando-se diferentes técnicas de enxertia óssea

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