03 fevereiro, 2012

Prototipagem em Odontologia

O uso do titânio na odontologia não é novidade, visto que há várias décadas o material é utilizado com sucesso nos implantes dentários, tendo como principal característica a excelente biocompatibilidade com o osso humano.

No entanto, com o passar dos anos, com o aumento do nível e exigência e com a necessidade de resultados com  um nível cada vez maior de previsibilidade, novos métodos de planejamento e diagnóstico tem sido propostos neste sentido.

A prototipagem é a confecção de um modelo, geralmente em acrílico, exatamente nas mesmas dimensões do órgão ou tecido original, obtido através de reconstruções em terceira dimensão de cortes tomográficos. As reconstruções virtuais são encaminhadas à serviços especializados, que literalmente esculpem, de maneira automatizada, os tecidos desejados, de maneira a facilitar enormemente um planejamento cirúrgico.

Já há alguns anos a técnica é usada no planejamento de reconstruções de perdas ósseas importantes por traumatismos traumatismos ou tumores: a vantagem de termos a peça previamente ao procedimento é a possibilidade de já entrarmos em campo com placas de reconstrução previamente dobradas nas angulações que gostaríamos que elas estivessem após a correção dos defeitos.

Mais recentemente, com o aumento significante do número de casos de de desordens da articulação temporo-mandibular, a técnica tem sido usada com frequência na reposição protética destas superfícies articulares severamente comprometidas.

Prótese de ATM de titânio individualizada por meio da prototipagem (imagem da web)

No início, o custo da fabricação das peças era muito alto no Brasil. Com o barateamento do material e a disseminação da técnica, os custos tem reduzido bastante.


Protótipo confeccionado a partir de reconstrução tomográfica 3D (imagem da web)

Sequencia da técnica: corte tomográfico, reconstrução 3D e protótipo (imagem da web)

Protótipo de terços médio e inferior do esqueleto facial (imagem da web)

Em outras situações, a prototipagem tem sido muito útil no planejamento de reconstruções complexas por implantes: naqueles casos onde a quantidade e qualidade óssea reduzem a previsibilidade do caso, o trabalho com protótipos conduz o cirurgião, durante o planejamento, ao ponto exato onde os implantes deverão ser inseridos durante a cirurgia propriamente dita.


Prototipagem para planejamento de implantes dentários (imagem da web)

Na última semana, a folha reproduziu reportagem muito interessante. Embora descrita como nova, a técnica foi usada em um caso em que uma paciente holandesa perdeu o osso mandibular depois de passar por séria infecção. Através do trabalho em 3D, foi confeccionada uma prótese mandibular de titânio sob medida, reduzindo o tempo da cirurgia de 20 para 4 horas.


A mandíbula foi inteiramente confeccionada em titânio e individualizada para o caso (imagem da web)

A peça inteira pesou poucas gramas e serviu de base para uma dentadura (imagem da web)

Nota-se que cada vez mais a técnica é usada com sucesso nas mais variadas indicações, com a principal vantagem que vejo no processo: a individualização da solução para cada paciente, um caminho inevitável e que deverá gerar inúmeros benefícios dentro da medicina e da odontologia.

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