Atenção: todas as imagens de pacientes e/ou casos clínicos publicados neste blog, estão autorizados, verbalmente e por escrito, pelo próprio paciente, dentro das normas do código de ética médico e odontológico. Eventuais exibições de rostos dos pacientes também está autorizado e é do seu conhecimento.

Fratura Le Fort 1 por Trauma

A fratura Le Fort I de maxila, inicialmente descrita, mapeada e demonstrada em cadáveres por René Le Fort, em 1901, é largamente utilizada em cirurgias ortognáticas, para avanço, recuo, ou movimentos transversais na maxila.

Também conhecida como fratura de Guérin, é um traço que passa pela parede lateral da fossa nasal, pelos pilares canino e zigomático, terminando na região posterior da maxila, junto ao processo pterigóide do osso esfenoide.

Fratura Le Fort I bilateral demonstrada em esquema da AOCMF, passando por parede lateral nasal, pilares caninos e zigomáticos
Dificilmente esta fratura aparece isoladamente, sendo comumente associada ao trauma de face como um todo. Com o advento da "Lei Seca" no Brasil, este tipo de trauma vem diminuindo sensivelmente, especialmente no que diz respeito aos acidentes motociclísticos. Mais raro ainda, é encontrarmos este tipo de fratura unilateralmente, como no caso que operamos esta semana.

A paciente sofreu acidente automobilístico, estando na carona do automóvel  e sem os equipamentos de segurança, sofrendo impacto frontal junto ao para-brisa, condição ideal para que o traço de fratura se estabeleça. Inicialmente, ao exame clínico, observamos uma maloclusão dentária com desvio de linha média importante, fazendo com que formulássemos a hipótese diagnóstica de fratura da parede anterior do pilar zigomático, com intrusão e rotação de maxila.

Porém, ao exame tomográfico, observamos imagens clássicas de fratura Le Fort I unilateral à esquerda.


Corte tomográfico axial mostrando telescopagem da fratura, envolvendo paredes anterior e posterior de seio maxilar esquerdo

Reconstrução 3D mostrando mordida aberta anterior, e traço de fratura Le Fort I à esquerda

Reconstrução 3D visão frontal, mostrando o traço de fratura

Reconstrução 3D visão lateral, mostrando o traço da fratura e perda de substância óssea da parede anterior do seio maxilar

O planejamento para a reconstrução cirúrgica seguiu os princípios de redução e fixação A.O. para uma cirurgia ortognática, ou seja,bloqueio maxilo-mandibular transcirúrgico para a redução da oclusão, micro-placa e parafusos de titânio sistema 1.5 em L no pilar canino, e micro-placa pré-moldada reta e parafusos de titânio sistema 1.5 na região de pilar zigomático esquerdos, promovendo ótima fixação da fratura.

Reconstrução 3D lateral mostrando o posicionamento das placas e a fixação da fratura

Reconstrução 3D visão frontal com o posicionamento das micro-placas de titânio

Reconstrução tomográfica evidenciando o posicionamento da placa em L e a placa reta

Visão frontal do posicionamento das fixações

Outra imagem tomográfica em 3D mostrando a redução da oclusão e a fixação da fratura
Com 7 dias pós-operatórios, a paciente apresenta-se com ótima evolução, em plena recuperação e gradativamente voltando às atividades funcionais usuais.

0 comentários:

Seu comentário, sugestão, crítica ou sugestão é muito importante: