Atenção: todas as imagens de pacientes e/ou casos clínicos publicados neste blog, estão autorizados, verbalmente e por escrito, pelo próprio paciente, dentro das normas do código de ética médico e odontológico. Eventuais exibições de rostos dos pacientes também está autorizado e é do seu conhecimento.

Doutor, mas é só "um dentinho"...

Não existe dentista que já não tenha enfrentado a pressão do paciente para realizar uma extração, mesmo com co-morbidades prévias existentes, como cardiopatias, diabetes ou problemas hormonais.
Em nossa clínica, é praxe solicitarmos todos os exames necessários ou mesmo avaliações do médico endocrinologista, neurologista ou cardiologista, se assim julgarmos necessário. É preferível que o paciente desista do tratamento e realizá-lo em outro colega se proponha a fazê-lo sem os devidos cuidados, do que perder o paciente na cadeira odontológica.
Aliás, existe um mito muito grande: as mortes no dentista ocorrem pelo uso do anestésico local. Ledo engano. A adrenalina endógena (do próprio paciente) liberada pelo paciente no momento de stress do procedimento é muito maior do que a contida em 2 ou 3 tubetes de anestésico local. Ao contrário, patologias ou cirurgias pré-existentes, especialmente as cardíacas, são fatores predisponentes à complicações cardíacas durante procedimentos odontológicos.
A temida endocardite bacteriana é uma infecção nos tecidos coronarianos advindos de uma infecção odontogênica. As bactérias existentes na flora oral podem adentrar a corrente sanguinea durante um procedimento cirúrgico como uma extração, alcançando o coração e gerando risco de morte. Durante entubações, especialmente em ambientes contaminados como UTIs, o risco também existe, como visto aqui.
Na reportagem do site UOL, lamentavelmente mais um caso ocorrido:
06/11/2011 - 22h10

Armador norte-americano morre em Santos após complicação de problema dentário

Do UOL Esporte
Em São Paulo




Ala-armador da Internacional/Santos, o norte-americano Laurence Young morreu neste domingo em hospital do Litoral paulista. A causa da morte foi uma endocardite bacteriana, que teve origem em uma infecção bucal.

Com 30 anos, Young atuou durante vários anos no basquete brasileiro e acumulou passagens por Cetaf/Vila Velha, Saldanha da Gama, São Bernardo e Americana, além da equipe de Santos.

Em sua passagem pelas equipes capixabas, Young disputou o Campeonato Nacional organizado pela CBB nas temporadas 2006/07 e 2008. Em sua primeira participação na competição, atuando pelo Cetaf, manteve médias de 16,1 pontos, 4,6 rebotes e 2,8 assistências, sendo o 11º principal pontuador do torneio.

Young estava afastado das quadras desde o dia 15 de outubro, quando participou da derrota para Jacareí por 91 a 85 pelo Campeonato Paulista e marcou 20 pontos. Desde então o jogador estava internado em um hospital de Santos, onde não resistiu.


P.S.: o que não ficou bem claro na reportagem é se houve tratamento odontológico no caso. O jogador conviveu todo esse tempo com uma infecção odontogênica? O apoio médico da equipe não incluía odontologia? É de se questionar...

0 comentários:

Seu comentário, sugestão, crítica ou sugestão é muito importante: