Segundo Regezi, o cisto dentígero é o segundo cisto mais comum entre os cistos de desenvolvimento dos maxilares, tendo sua expansão relacionada à proliferação epitelial, a liberação de fatores de reabsorção óssea e aumento na osmolaridade de fluidos. Por definição, um cisto dentígero está aderido à junção amelo-cementária de um dente não erupcionado -geralmente o siso - envolvendo sua coroa (imagem radiográfica abaixo).
Há uma predileção pelo sexo masculino na 2ª ou 3ª década de vida. Os sintomas realmente estão ausentes, a menos que hajam sintomas de pericoronarite (inflamação dos tecidos moles ao redor do dente do siso em erupção) ou que o cisto aumente de volume (podendo chegar a tamanhos significativos). É comum a descoberta deste cisto em tomadas radiográficas de rotina.
Possíveis complicações se não houver o tratamento incluem extensa destruição óssea pelo crescimento, reabsorção de raízes de dentes adjacentes, deslocamento de dentes, e muito raramente transformação neoplásica (ameloblastoma e carcinoma).
O tratamento é sempre cirúrgico, envolvendo a remoção completa do cisto com sua cápsula e dependendo do elemento dentário envolvido, também a sua extração.
Por outro lado, é comum, em dentes que ainda não erupcionaram, o espessamento do folículo pericoronário ("cápsula" fibrosa que envolve os dentes não irrompidos), sem no que no entanto signifique repercussões clínicas importantes. Para fins didáticos, considera-se cisto dentígero quando este espessamento é maior que 2,5mm, o que na prática não é importante, pois ambas patologias apresentam praticamente as mesmas caracteristicas histológicas.
O melhor, em nossa experiência com a especialidade, é remover o dente do siso ou qualquer elemento incluso sem possibilidade de erupção normal o quanto antes, evitando problemas graves futuros.
Para quem quiser saber mais sobre o assunto, sugerimos a leitura do artigo "Controvérsias na Ortodontia - O folículo Pericoronário"
O caso da semana ilustra bem a linha tênue entre espessameno do folículo e cisto dentígero: paciente masculino, na 3ª década de vida, com quadro clássico de pericoronarite associada ao terceiro molar inferior esquerdo (38).
Observe a imagem radiolúcida com limites na junção amelo-cementária |
Elemento 38 extraído, com o cisto aderido |
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