Em algumas ocasiões já abordamos e descrevemos aqui no blog as causas e tratamentos de um cisto odontogênico.
Hoje vamos falar sobre uma técnica, que embora nem tanto usada, nos trás excelentes resultados. Em algumas situações, geralmente quando a lesão é silenciosa (ou seja, indolor), pode desenvolver-se e aumentar significativamente de tamanho a ponto de tornar quase impossível a sua total remoção, sob pena de fratura mandibular ou invasão de espaços anatômicos nobres durante a abordagem.
No caso a seguir, um paciente jovem consultou com um quadro bastante grave, de edema hemifacial importante, dor e dificuldade de abertura bucal, fonação e alimentação.
Descobrimos, pela radiografia, que existia um terceiro molar (siso) inferior no lado direito (à esquerda na radiografia), impactado no interior do osso, e que ao longo dos anos desenvolveu um cisto odontogênico de tal tamanho que praticamente destruiu metade da mandíbula.
Como, neste caso, a remoção total do cisto era impraticável, optamos por realizar a técnica da marsupialização, que nada mais é do que abrir cirurgicamente o cisto, de maneira que haja uma descompressão da cavidade, teoricamente assim favorecendo a redução do seu tamanho para que num segundo momento se remova totalmente.
Realizado o procedimento, com a biopsia dando positivo para cisto inflamatório (benigno), aguardamos 8 meses para nova abordagem cirúrgica. O curioso neste caso, é que a técnica deu tão certo, que ao vizualizarmos a radiografia pós-operatória, nos deparamos com a total remissão da lesão. A cavidade cística foi preenchida com tecido ósseo, o paciente não mais apresentou sintomas e felizmente não deverá passar por segunda intervenção. Excelentes resultados. O próximo passo será a remoção do terceiro molar (siso), que foi a causa cística.
RX panorâmico autorizado pelo paciente: após 8 meses, remissão total da lesão, com neoformação óssea e inclusive modificação do posicionamento do siso, facilitando sua remoção |
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