Atenção: todas as imagens de pacientes e/ou casos clínicos publicados neste blog, estão autorizados, verbalmente e por escrito, pelo próprio paciente, dentro das normas do código de ética médico e odontológico. Eventuais exibições de rostos dos pacientes também está autorizado e é do seu conhecimento.
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Cuidados Pós-operatórios nos Traumatismos Faciais


🔷Segunda-feira abordamos uma das áreas mais comuns na minha especialidade que são os traumatismos faciais. Tendo em vista as diversas causas e níveis que eles acontecem o pós-operatório é específico para cada caso. É importante lembrar que nos primeiros dias a prática de exercícios e atividades em excesso devem ser evitadas. O ideal é sempre estar bem atendido por um especialista na área. Se tiveres alguma dúvida ou quiseres fazer uma avaliação entre em contato através do telefone 55 3401 1700 que terei o maior prazer em atender você.🔷

*FOTO: sala de recuperação de nossa clínica

Tratamento Estético Pós-Traumático

Conforme o prometido, relataremos a conclusão do tratamento estético em dente traumatizado, deste post: http://britesbucofacial.blogspot.com/2011/04/traumatismos-alveolo-dentarios.html

Todos sabem que não é a minha especialidade, então tivemos a importante colaboração do Dr. Ricardo Pimentel: http://esteticaeodontopediatria.blogspot.com/

Conforme sabemos, o traumatismo dento-alveolar, isto é, as fraturas dentárias ou dos ossos de sustentação dos dentes, especialmente quando há envolvimento do nervo dentário, exigindo tratamento de canal, tornam o prognóstico do clareamento muito pior. Isto porque o extravasamento sanguineo durante o trauma (hemorragia interna), ao penetrar nos canalículos da dentina, provoca um escurecimento precoce de toda a coroa dentária. Algumas vezes se faz necessário, associado ao clareamento externo, um clareamento interno do dente envolvido para se conseguir uma cor uniforme.

Conforme podemos comparar nas radiografias logo após a colagem do fragmento fraturado, e após o tratamento de canal, não houveram reabsorções ou quaisquer outros problemas relacionados ao trauma dentro dos três anos de acompanhamento. Observou-se escurecimento quase imperceptível na região cervical (próxima à gengiva) daquele dente.

Radiografia após a colagem


Radiografia com o canal tratado, após 3 anos

Optou-se então por clareamento em consultório, mas também poderia ter sido usado clareamento caseiro, com moldeiras. O sistema usado (que obviamente não citaremos a marca), utiliza luz e calor para a ativação do gel clareador e a consequente liberação de moléculas de oxigênio, que é o que efetivamente "branqueia" o dente. Na maioria dos sistemas, incluindo clareamento a laser,  a ativação se dá pelo calor, e não pela luz. No sistema usado, desde que seguido o protocolo, que inclui isolamento das gengivas e dos lábios e o uso do gel do próprio sistema, obtemos um clareamento mais rápido e uniforme, em razão da ativação por luz e também pelo calor. Observa-se, como em todo clareamento, uma sensibibilidade dentinária alguns dias após as aplicações.

Após quatro sessões de 15 minutos, com intervalo de uma semana, obtivemos este resultado:

Clareamento realizado


Detalhe da linha de fratura

Compare o antes e o depois:

Antes


Depois


Se formos muito críticos, poderíamos perceber a pequena diferença de coloração na cervical (região próxima à gengiva) do dente fraturado, como anteriormente citado:

Após o clareamento. Observe a região cervical

Porém, como o paciente possui a chamada "linha de sorriso baixa", isto é, mostra pouco tecido dentário ao sorrir, optamos pela não realização do claremento interno. Com a pele um pouco mais morena, não é aconselhável clarear em muitos tons, para evitar um efeito artificial. Desta forma, obtivemos um clareamento uniforme e natural:

Linha de sorriso baixa

Por último, a ameloplastia. A ameloplastia é um desgaste/polimento, no esmalte dentário com o objetivo de corrigir pequenas inperfeições. Note que o elemento fraturado possui inclinação vestibular, isto é, para fora, razão pelo qual foi o único elemento a sofrer a fratura durante o trauma:


Inclinação vestibular do dente fraturado

Ameloplastia

Com a ameloplastia, regularizamos as imperfeições e tornamos o efeito estético, para quem enxerga, de que não existe esta inclinação. Veja o resultado:

Tratamento finalizado

Ficamos bastante satisfeitos com o resultado final, e convictos de que o tratamento estético por clareamento em dentes traumatizados, desde que seguidos os devidos princípios, é alternativa totalmente segura e previsível.

Finalmente, atingimos a marca de mais de 2 mil acessos em menos de 3 meses. Estamos muito orgulhosos! Obrigado e até a próxima!

Traumatismos alvéolo-dentários

Dentro da traumatologia bucomaxilofacial, as fraturas alvéolo-dentárias são as mais comuns. A fratura alvéolo-dentária possui várias classificações, incluindo fraturas nos ossos de sustentação dos dentes e fraturas dentárias puras em vários níveis (somente coroa, coroa e raiz, somente raiz, com osso associado, com envolvimento de nervo ou não).

Neste caso, observamos a fratura do elemento 21 (incisivo central superior à Direita de quem observa a foto), por traumatismo no esporte (karatê). A fratura em questão formou um desenho em bisel, isto é, alta na vestibular (frente), correndo para trás em diagonal, até o limite mais baixo da gengiva no palato (céu-da-boca).

Fratura coronal do elemento 21 (incisivo central direito de quem observa a imagem)

O fragmento fraturado foi transportado até o dentista em meio com pH neutro (o interior da boca, embaixo da língua, é o melhor local! - dica para as mães: caso não houver esta alternativa, pode ser usada a própria boca da mãe ou um copo com leite, nunca seco, e sem lavar o fragmento ou o dente).

Felizmente, o fragmento pôde ser readaptado no seu local de origem e colado com resina composta - o trabalho foi brilhantemente conduzido pelo colega e amigo, especialista em dentística, Ricardo Pimentel (http://esteticaeodontopediatria.blogspot.com/). No caso, como houve exposição do nervo, foi providenciado um capeamento pulpar direto com hidróxido de cálcio a fim de evitar-se a necrose da polpa dentária. Perceba a tênue linha aproximadamente no nível médio da coroa, indicando o local da colagem do fragmento natural.

Após três meses de controle, percebeu-se que havia ocorrido a necrose, devido à grande exposição pulpar, razão pela qual o tratamento de canal foi então indicado, conduzido pelo não menos competente colega Ivan Amarante, especialista em endodontia.


Esquema demonstrando fratura em bisel com comprometimento do nervo dentário

Após 3 anos de controle, o trabalho apresenta-se em perfeitas condições, apenas com um leve escurecimento na porção cervical da coroa, quase imperceptível, o que é muito comum nestes casos. Outra complicação muito comum neste tipo de traumatismo é a reabsorção da raiz dentária, o que felizmente não ocorreu até o presente.

Três anos de acompanhamento

NOTA: o paciente apresentado sou EU! Dentista também precisa de dentista. Apesar de não apresentar restaurações por motivo de cárie, acabei fraturando um elemento anterior por esporte há 3 anos- acontece!


Três anos de controle

CONSIDERAÇÕES:

1. Observe a coloração esbranquiçada nas cervicais dos dentes (região próxima à gengiva): condição muito comum conhecida como fluorose, ou intoxicação por flúor, enquanto os dentes permanentes se desenvolvem. Lembre que além do flúor dos cremes dentais e aplicados pelo dentista, temos água e sal fluoretados. Cuidado com a ingesta excessiva enquanto os dentes permanentes se desenvolvem!

2. Note as machas escuras interproximais (entre os dentes), devido provavelmente ao vício em café preto e coca-cola, e também por ter fumado até 2002 - sim, dentista também tem seus pecados!!!

3. As irregularidades nos contornos gengivais, principalmente nos dentes inferiores, deve-se à escovação sem orientação por anos. Lembre-se, a gengiva é um tecido delicado, e deve ser manipulado como tal: use escovas delicadas e de cerdas macias!

Nos próximos posts publicarei o resultado do tratamento estético - clareamento e amelopastia para melhorar as angulações dos dentes anteriores.

DICAS ÀS MÃES:

1. Cuide dos acessórios de seu filho durante as atividades esportivas. Moldeiras de proteção às arcadas dentárias são fáceis de confeccionar no seu dentista.

2. Caso haja a perda de um dente inteiro, com raiz, o melhor a fazer é tentar recolocá-lo no seu alvéolo, mesmo que não fique bem posicionado, e correr ao dentista, que fará a fixação adequada. Outras alternativas são o transporte embaixo da língua da criança ou da mãe, leite ou soro fisiológico. Armazená-lo na água pura não é o mais adequado.

3. Se o dente for decíduo (de leite), não é indicado o reimplante. O procedimento poderia lesionar os germes dos dentes permanentes ainda retidos.

4. Nunca lave a raiz! A fricção poderia remover os remanescentes de ligamento periodontal ali aderidos, o que facilita a reabsorção radicular e piora o prognóstico. Apenas hidrate a peça e vá ao dentista mais próximo!

5. O tempo máximo para o reimplante dentário, segundo vários autores, é de 2 horas após o trauma. Quanto mais cedo for reimplantado, maior a chance de sucesso.

6. Fique atenta ao escurecimento dentário ou à má formações durante o erupcionamento: algumas vezes é necessário tratamento de canal.

7. Por último, não se desepere. Os acidentes com fratura alvéolo-dentária são bastante comuns. O dentista saberá o que fazer. Leve a criança ao dentista, peça uma radiografia e se for necessário consulte com um cirurgião bucomaxilofacial ou um endodontista (especialista em canal).

Até a próxima!