Atenção: todas as imagens de pacientes e/ou casos clínicos publicados neste blog, estão autorizados, verbalmente e por escrito, pelo próprio paciente, dentro das normas do código de ética médico e odontológico. Eventuais exibições de rostos dos pacientes também está autorizado e é do seu conhecimento.
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Cisto Dentígero

O cisto dentígero é um tipo muito comum na prevalência dos cistos odontogênico e normalmente está associado a um elemento dentário ainda não irrompido na cavidade bucal (incluso), como normalmente ocorre com o dente do siso.



O cisto se desenvolve a partir da degeneração da cápsula pericoronária e está aderido na junção amelo-cementária do dente em questão, sendo perceptível radiograficamente.

O tratamento normalmente indicado é a remoção do dente em questão, o que elimina a causa.

Se você quiser saber mais sobre o assunto, visite os seguintes links:






Cisto Dentígero x Espessamento do Folículo (Capsula) Pericoronário

Segundo Regezi, o cisto dentígero é o segundo cisto mais comum entre os cistos de desenvolvimento dos maxilares, tendo sua expansão relacionada à proliferação epitelial, a liberação de fatores de reabsorção óssea e aumento na osmolaridade de fluidos. Por definição, um cisto dentígero está aderido à junção amelo-cementária de um dente não erupcionado -geralmente o siso - envolvendo sua coroa (imagem radiográfica abaixo).

Há uma predileção pelo sexo masculino na 2ª ou 3ª década de vida. Os sintomas realmente estão ausentes, a menos que hajam sintomas de pericoronarite (inflamação dos tecidos moles ao redor do dente do siso em erupção) ou que o cisto aumente de volume (podendo chegar a tamanhos significativos). É comum a descoberta deste cisto em tomadas radiográficas de rotina.

Possíveis complicações se não houver o tratamento incluem extensa destruição óssea pelo crescimento, reabsorção de raízes de dentes adjacentes, deslocamento de dentes, e muito raramente transformação neoplásica (ameloblastoma e carcinoma).

O tratamento é sempre cirúrgico, envolvendo a remoção completa do cisto com sua cápsula e dependendo do elemento dentário envolvido, também a sua extração.

Por outro lado, é comum, em dentes que ainda não erupcionaram, o espessamento do folículo pericoronário ("cápsula" fibrosa que envolve os dentes não irrompidos), sem no que no entanto signifique repercussões clínicas importantes. Para fins didáticos, considera-se cisto dentígero quando este espessamento é maior que 2,5mm, o que na prática não é importante, pois ambas patologias apresentam praticamente as mesmas caracteristicas histológicas.

O melhor, em nossa experiência com a especialidade, é remover o dente do siso ou qualquer elemento incluso sem possibilidade de erupção normal o quanto antes, evitando problemas graves futuros.

Para quem quiser saber mais sobre o assunto, sugerimos a leitura do artigo "Controvérsias na Ortodontia - O folículo Pericoronário

O caso da semana ilustra bem a linha tênue entre espessameno do folículo e cisto dentígero: paciente masculino, na 3ª década de vida, com quadro clássico de pericoronarite associada ao terceiro molar inferior esquerdo (38).

Observe a imagem radiolúcida com limites na junção amelo-cementária
Conseguimos a remoção do cisto por completo, aderido ao elemento extraído.

Elemento 38 extraído, com o cisto aderido

Marsupialização Cística II

Já escrevemos sobre a técnica de marsupialização cística AQUI.

Cabe lembrar que lança-se mão da técnica quando o tamanho do cisto odontogênico é tal, que sua remoção completa em um único tempo cirúrgico pode gerar más repercussões, pela presença de estruturas anatômicas importantes como inervação sensitiva.

Neste caso clínico, o paciente nos foi encaminhado em função de uma descoberta radiográfica de rotina de cisto odontogênica relacionada ao elemento dentário 35, assintomática mas possivelmente com longo tempo de evolução, pelas características da lesão.

Optou-se pela marsupialização, já que a curetagem da lesão poderia, entre outras possíveis repercussões, lesionar o nervo alveolar inferior ou fragilizar ainda mais a basilar cortical mandibular, com possibilidade de fratura.

O acompanhamento radiográfico em seu 3º mês, já mostra neoformação óssea dos bordos da lesão em direção ao centro, como é descrito na literatura.

Radiografias pré-operatória e com 3 meses de pós-operatório

Imagem da Semana - 18/03/2015


Mais uma da série "não é só um dentinho"...

Repare como está "impresso" entre as duas raízes deste dente do siso o trajeto do canal mandibular, estrutura anatômica por onde passa o feixe vásculo-nervoso dentário inferior. O trajeto do canal também pode ser observado na radiografia panorâmica.

A correta abordagem cirúrgica na remoção de um elemento dentário com esse grau de complexidade evita complicações como parestesia, fratura de raízes ou de mandíbula, hemorragia transoperatória e outras menos frequentes.

Observe também como a imagem denota a presença de provável cisto odontogênico na porção distal da coroa dentária, resultado provavelmente da retenção prolongada do elemento.

Marsupialização Cística

Relativamente comum, o cisto de origem odontogênica é uma entidade reacional, de origem inflamatória, que invade os tecidos moles ou ósseos maxilares decorrentes de um envolvimento dentário.

Em algumas ocasiões já abordamos e descrevemos aqui no blog as causas e tratamentos de um cisto odontogênico.

Hoje vamos falar sobre uma técnica, que embora nem tanto usada, nos trás excelentes resultados. Em algumas situações, geralmente quando a lesão é silenciosa (ou seja, indolor), pode desenvolver-se e aumentar significativamente de tamanho a ponto de tornar quase impossível a sua total remoção, sob pena de fratura mandibular ou invasão de espaços anatômicos nobres durante a abordagem.

No caso a seguir, um paciente jovem consultou com um quadro bastante grave, de edema hemifacial importante, dor e dificuldade de abertura bucal, fonação e alimentação.

Descobrimos, pela radiografia, que existia um terceiro molar (siso) inferior no lado direito (à esquerda na radiografia), impactado no interior do osso, e que ao longo dos anos desenvolveu um cisto odontogênico de tal tamanho que praticamente destruiu metade da mandíbula.

RX panorâmico autorizado pelo paciente: observe a grande destruição no lado esquerdo da radiografia (direito do paciente), compatível com grande cisto odontogênico relacionado ao siso inferior direito

Como, neste caso, a remoção total do cisto era impraticável, optamos por realizar a técnica da marsupialização, que nada mais é do que abrir cirurgicamente o cisto, de maneira que haja uma descompressão da cavidade, teoricamente assim favorecendo a redução do seu tamanho para que num segundo momento se remova totalmente.

Realizado o procedimento, com a biopsia dando positivo para cisto inflamatório (benigno), aguardamos 8 meses para nova abordagem cirúrgica. O curioso neste caso, é que a técnica deu tão certo, que ao vizualizarmos a radiografia pós-operatória, nos deparamos com a total remissão da lesão. A cavidade cística foi preenchida com tecido ósseo, o paciente não mais apresentou sintomas e felizmente não deverá passar por segunda intervenção. Excelentes resultados. O próximo passo será a remoção do terceiro molar (siso), que foi a causa cística.

RX panorâmico autorizado pelo paciente: após 8 meses, remissão total da lesão, com neoformação óssea e inclusive modificação do posicionamento do siso, facilitando sua remoção

Cisto residual

Cisto residual, na odontologia, é aquele que, relacionado à uma infecção odontogênica, permanece no interior dos ossos maxilares mesmo após a remoção da causa (extração do dente envolvido, ou seu tratamento de canal).

Na maioria dos casos, passa despercebido, por ser indolor, e acaba sendo descoberto somente em uma radiografia de rotina.

Em outros casos, pode causar expansão das corticais ósseas, deformidade facial, aumento de volume e dor.
A indicação quase sempre é a sua completa remoção, através de procedimento cirúrgico que pode ser ambulatorial.

RX mostrando a cavidade ocupada pelo cisto

A cicatrização geralmente é sem intercorrências, e após um período que pode variar de três a seis meses, uma neoformação óssea é esperada no local anteriormente ocupado pelo cisto.


Comumente o cisto é envolvido por espessa cápsula

Remoção cuidadosa da entidade cística com sua cápsula


A cavidade restante será plenamente preenchida por tecido ósseo sadio

Cistos Inflamatórios

Devidos a traumas, cáries penetrantes ou tratamentos de canal insatisfatórios, os cistos inflamatórios são reações nos periápices dentários (ponta da raiz), que podem ser de natureza aguda ou crônica e atingir grande volume.

Na grande maioria das vezes, quando crônico, é indolor, já que para haver um processo inflamatório no periápice dental necessariamente o mesmo deve estar necrosado (desvitalizado).

No caso em questão, o paciente havia sofrido um trauma na região anterior da maxila a 3 anos, e apenas após este período iniciou a sentir alguma mudança, principalmente devido ao aumento de volume na região.

As radiografias mostraram área importante de lise óssea, comprometendo grande parte do osso maxilar e com limites já na fossa nasal.


Radiografia panorâmica
Observe a grande área radiolúcida (escura), de forma circunvalada e com limites junto ao seio maxilar e fossa nasal (lado direito de quem observa a radiografia) .

Radiografia periapical

O tratamento endodôntico (de canal) com sobre-extensão, isto é, trespassando o limite apical da raiz, foi sugerido. Isto se deveu a um planejamento pré-operatório de apicetomia, ou seja, de remoção do ápice do dente a fim de se evitar novo processo inflamatório

Dependendo do caso, como neste paciente, a remoção cirúrgica se faz necessária. A lesão foi removida por completo, incluindo sua cápsula, que apresentava consistência bastante firme, indicando a natureza crônica (de longa duração) da lesão.

Pós-operatório imediato
O pós-operatório previa edema importante, por ser uma região altamente vascularizada ademais ao trauma cirúrgico, o que de fato ocorreu. Observe como o elemento dentário 21 (incisivo central à direita de quem examina a fotografia) foi deslocado para vestibular (para frente) devido ao volume da lesão.

A fotografia da lesão mostra a cápsula espessa, que enviada para exame histopatológico confirmou suspeita de cisto inflamatório de origem odontogênica.

Peça cirúrgica removida