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Rânula - post 2

Publicamos em 2012, um artigo sobre este assunto  (rânula) AQUI.

Hoje temos mais um caso dessa interessante entidade, resultado do extravasamento de saliva para o interior dos tecidos moles sublinguais, resultado normalmente de traumatismos à glândulas salivares.

O aspecto clínico característco, bolhoso, pouco consistente, e de coloração roxo-azulada, confere à lesão a aparência de uma rã, daí a sua denominação:

Caso desta semana: rânula

Esta é nossa última postagem de 2016, um bom Natal e um excelente Ano Novo.



Rânula

A Rânula é uma entidade semelhante à mucocele, porém localizada sempre no assoalho bucal, sob a língua.

É um cisto de retenção de muco (saliva). Por algum motivo - geralmente trauma dentário ou alimentar - um a das glândulas responsáveis pela lubrificação/salivação e/ou ducto salivar é bloqueado ("entupido"), fazendo com que a produção de saliva não se exteriorize.

A consequência óbvia é um aumento de volume dos tecidos que circundam a glândula e/ou ducto, que geram um impacto visual agressivo, embora não seja uma lesão perigosa ou de difícil manejo. A saliva extravasa para o interior dos tecidos, podendo haver reação inflamatória e sintomatologia dolorosa, especialmente antes das refeições (quando o fluxo salivar é maior).


Características clínicas da rânula

A característica clínica mais marcante é a cor azulada da lesão, resultado da visualização salivar por transparência. Pode haver também redução da salivação (pelo bloqueio das vias salivares). Frequentemente a lesão pode romper-se espontaneamente, voltando a aumentar de volume após alguns dias.

Curiosidade: a denominação rânula (já que a lesão é clinica e histopatologicamente semelhante a qualquer cisto de retenção de muco), é devido ao formato, que lembra uma rã.

É importante não perfurar a lesão de forma aleatória, pois somente a remoção cirúrgica da glândula envolvida é garantia de ausência de recorrências. Pode haver também lesões que confundem com a rânula (diagnóstico diferencial), sendo imperativa a consulta com dentista!

Lesões Glandulares

Existem inúmeras lesões de glândulas salivares menores, sendo as mais comuns as lesões por extravazamento de muco (mucocele e rânula).

Em glândulas salivares maiores (parótidas, submandibulares e sublinguais), no entanto, existe uma infinidade de lesões que não são tão comuns.

As lesões de glândulas parótidas, que podem variar de uma neoplasia maligna (câncer) a outros tipos de lesões menos sérias, são mais difíceis de diagnosticar e tratar. Procedimentos cirúrgicos na região da glândula parótida, por exemplo, são extremamente arriscados, sob risco de lesão de ramos do nervo facial com paralisia permanente.

Operamos um caso de entidade cística entre a musculatura (masséter, platisma e pterigoideo medial) próxima à glândula parótida. O que definiu a necessidade da remoção cirúrgica foi a sua palpação. Clinicamente a lesão apresentava-se móvel e bem definida, o que praticamente excluiu a chance de malignidade, somado ao fato de que a ultrassonografia e a tomografia computadorizada mostrava esta lesão bem circunscrita superficial aos tecidos mais profundos da face, reduzindo os riscos de lesão traumática.

Conseguimos a remoção completa da lesão, com sua cápsula, através de uma dissecção romba entre a musculatura, isto é, sem lesionar ou seccionar acidentes anatômicos importantes, mantendo a integridade dos tecidos.

Estamos no aguardo do exame histopatológico (biópsia), e temos como possível diagnóstico um adenoma pleomórfico.

Aderência da lesão entre o músculo masséter e osso mandibular

Lesão sendo removida

Conseguimos a remoção completa da lesão sem lesar os tecidos

Aguardamos o resultado do exame histopatológico

Sutura dos planos musculares e pele

Mais uma Mucocele

Pedimos desculpas, o ritmo das postagens diminui neste ultimo mês, em proporção ao trabalho que aumentou.

Já falamos aqui sobre mucocele, uma das lesões mais comuns que aparecem na clínica. Esta em especial, tivemos a felicidade de fotografar em fase bem ativa, repleta de muco. Localizada no lábio, estatisticamente o local mais sucetível à esta lesão, pela possibilidade de traumatismos locais (mordidas acidentais).

A imagem ficou linda. Após a ressecção cirúrgica, o paciente evoluiu sem intercorrências.

Mucocele de lábio inferior

Mucocele

O ser humano possui numerosas glândulas salivares maiores (parótidas, submandibulares e sublinguais) e menores distribuídas por toda a cavidade oral, incluindo lábios, lingua, bochecha se céu da boca.

Como resultado, alguns problemas relacionados tem sido descritos. Já escrevemos sobre cálculos salivares : http://britesbucofacial.blogspot.com/2011/02/pedras-nas-glandulas-salivares.html

Outro fenômeno bem conhecido e relatado na literatura são as mucoceles. Como resultado de um trauma (mordida ou batida), em 90% dos casos no lábio inferior, uma ou mais glândulas salivares tem seus canalículos excretores obstruídos, gerando um crescimento associado ao extravasamento de saliva para o interior da glândula.

Neste caso, conseguimos remover toda a glândula associada ao fenômeno sem rompê-la, o que é muito difícil.

Glândula já removida, com saliva extravasada no seu interior

Local da remoção da lesão